quinta-feira, 18 de março de 2010

O índio no Rio Grande do Sul


Ao chegarem os colonizadores, o Rio Grande do Sul era ocupado por três raças de índios: os gês, os guaranis e os pampeanos.

Os Gês

Os Gês talvez fossem descendentes dos mais antigos caçadores do interior. O que é certo é que habitavam o Rio Grande do Sul já pelo século II a.C. Dedicavam-se também à caça, pesca e coleta, mas sua agricultura era insignificante.
Moravam em casas de palha, mas para o inverno abriam covas de tamanho variado, podendo atingir até uns 18 metros de diâmetro por uns 7 metros de profundidade: as Casas Subterrâneas. Este tipo de casa já se encontrava abandonado na época do descobrimento.
O casamento devia ser feito com pessoa de outro clã. Admitia-se a poligamia e por vezes até a poliandra. O pai era considerado o único responsável pelo nascimento do filho e fazia dietas e repouso (couvade ou choco) quando ele nascia.
Alguns grupos Gês entraram no Rio Grande do Sul pelos meados do século XVIII, provindos do norte, ocupando as matas do Rio Uruguai.

Os Guaranis

Os Guaranis foram os primeiros agricultores do Rio Grande do Sul. Entraram como invasores.
Pertenciam a este grupo: os Tapes, o futuro índio das Missões do Rio Grande do Sul, que ocupavam as margens dos grandes rios do Centro e Oeste do Estado; os Arachanes que habitavam a banda ocidental da Lagoa dos Patos; Os Carijós ou Patos que habitavam o litoral marítimo.
O Guaraní é considerado de caráter brando, dócil e pacato, porém indolente e imprevidente.
Além do cacique havia um Conselho Tribal que decidia os assuntos mais importantes para a tribo.
Além do cacique havia um Conselho Tribal que decidia os assuntos mais importantes para a tribo.O cacique,no entanto,podia ter mais que uma esposa o que lhe permitiria dedicar-se mais à tribo,já que entre os guaranis cabia ás mulheres as lides da agricultura,enquanto os homens dedicavam-se à caça,pesca e guerra.
Atualmente existe uns 250 guaranis nos postos indígenas.

Os Pampeanos

Designa-se como Papeanos os indios Charruas,Minuanos,Guenoas e Yarós.
Habitavam o sul do Rio Grande do Sul,o Uruguai e partes das provincias Argentinas de Corrientes e Entre Rios.
O Pampeano contribuiu muito com a mestiçagem dos peões das estância do Pampa gaúcho. A ele se devem muitos usos e costumes campeiros, como o chiripá, boleadeiras e inúmeros vocábulos.

Pré História do Rio Grande do Sul







A Tradição do Rio Grande do Sul é definida como "grupo de elementos ou técnicas", com persistencia temporal. é importante salientar que tradição são hábitos de manufatura de artefatos, não de culturas. Tradição não é grupo humano, sociedade ou tribo, nem língua, cultura ou comunidade, apenas caracteristicas de confecção de objetos.




A Tradição Umbu




A Tradição Umbu era localizada nas planícies mais ao sul do estado até a encosta do planalto. Esta tradição caracteriza-se por pequenas populações (bandos de mais ou menos 25 pessoas) que ocupavam amplo território para obtenção de seus recursos de subsistência.




A Tradição Humaíta

A Tradição Humaíta era localizada em sítios que predominavam em partes altas e mais ou menos planas de ambientes de floresta subtropical, encontradas nas encostas do planalto, em matas de araucária no norte do Estado e no Vale do Alto Rio Uruguai.
Sua cultura material característica eram os grandes artefatos bifaciais, confeccionados a partir de blocos. Esses instrumentos foram chamados de "talhadores" e "raspadores", "picões", embora seu verdadeiro uso seja desconhecido.

A Tradição Sambaquiana

A Tradição Sambaquiana era localizada no litoral do estado do Rio Grande do Sul.
Exploravam o litoral, o mangue, as matas nativas no entorno dos sítios, vivendo de caça, pesca e coleta.

A Tradição Taquara

Os horticultores da Tradição Taquara habitaram o planalto do estado e possivelmente o litoral norte do estado.
Exploravam principalmente os pinheirais, caçavam animais e coletavam frutos e raízes de outras plantas silvestres. Plantavam em pequenas roças, das quais extraíam diversos produtos para sua subsistência.

A Tradição Vieira

A Tradição Vieira se localizava próximos a locais geralmente alagados, acredita-se que eles construíam as pequenas elevações para manterem o acampamento em áreas secas.
Os caçadores-coletores da Tradição Vieira já fabricavam cerâmica, mas não se sabe se desenvolveram a horticultura. Viviam da caça, pesca e coleta nos banhados, nos rios e nas florestas da região. Os sítios arqueológicos da Tradição Vieira são caracterizados pela construção de pequenos cerros, os cerritos, onde moravam e enterravam seus mortos.

A Tradição Guaraní

A Tradição Guaraní habitou-se aos vales de grandes rios, principalmente na região central, noroeste e litoral do Estado.
A Tradição Guaraní pertence ao único grupo que se pode ter alguma certeza quanto da ligação entre as fontes arqueológicas e as informações históricas.
A língua dos Guaranis atuais é a mesma que foi falada para os jesuítas no século XVII, e os objetos descritos pelos padres desta época são os mesmos que encontramos nas escavações arqueológicas.
Os Guaranis alimentavam-se de diferentes espécies de aves e peixes.
Os artefatos mais conhecidos de sua cultura material são as vasilhas cerâmicas com diferentes formas e vários tamanhos: predomina a decoração corrugada e corrugado-ungulada.