quinta-feira, 15 de abril de 2010

RS A questão dos limites


Pelo Tratado de Tordesilhas de 1494 que dividira o mundo de então, recém aclarado pelas viagens de Colombo, a linha que separava os dois reinos católicos da Península Ibérica passava, aqui no Brasil, na sua extensão meridional, ao largo do litoral do atual Estado de Santa Catarina. Teoricamente, portanto, a área que viria fazer parte do Rio Grande do Sul, pertencia pois aos espanhóis. Portugal, por sua vez, sempre procurou estabelecer como sua real fronteira, com o limite extremo do seu império na América do Sul, não uma linha abstrata, mas sim a margem esquerda do Rio da Prata. Todos os conflitos entre o Estado do Brasil e seus vizinhos do Prata foram decorrentes desse antagonismo sobre quais eram os verdadeiros marcos de cada um: o traço determinado pelo Tratado de Tordesilhas ou a curva do Rio da Prata.

Acredita-se que os padres da Companhis de Jesus tenham atravessado o rio Uruguai por volta de 1626, sendo que o Padre Roque Gonzales foi martirizado pelos indígenas em 1628. Na sua ocupação, os inacianos adotaram nas suas estâncias, para fixar os nômades guaranis do território, a alternância da cultura da erva-mate com a pecuária.

Em 1637, o bandeirante Raposo Tavares , atrás de mão-de-obra cativa, destruiu as reduções situadas entre os rios Taquari e Caí, obringando os jesuítas a fluirem para a margem diretita do Uruguai. A partir de então, o gado abandonado, sem interesse pra os bandeirantes, esparramou-se tornando-se gado "chimarrão", isto é gado selvagem. Formaram-se então as Vacarias do Mar, que estendiam-se até as margens do Rio Prata, e as Vacarias dos Pinhais, manadas de gado selvagem que ocuparam boa parte do Planalto Central e dos campos de Cima da Serra, e que iriam atrair os gaúchos.

O verdadeiro apogeu das Missões, revitalizadas no século XVIII, ocorreu entre 1720-56, quando se formaram os 7 Povos das Missões (S. Nicolau, S. Ângelo, S. Luís, S. Lourenço, S. João Velho, S. Miguel, S. Borja), situados na parte oeste do estado, até que ocorreu a destruição deles durante as Guerras Guaraníticas, cujas operações bélicas deram-se pela expedição luso-espanhola de 1753-6, tendo no cacique Sepé Tiarajú, o principal defensor das reduções indígenas. A chamada "época de ouro" das missões foi possível porque os descenddentes dos bandeirantes, mudando de afazer, tornaram-se garimpeiros nas Minas Gerais ou tropeiros e criadores de gado bovino e muar. A região dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul haviam passado ao controle português pelos Tratados de Madri, de 1750, e confirmado pelo de Santo Ildefonso, de 1777, mas efetivamente só começou a ser ocupada em 1801.

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